A história dos debates presidenciais televisionados começou para valer em 1960, nos Estados Unidos, quando John F. Kennedy e Richard Nixon duelaram frente às câmeras.
Os debates dos candidatos à Presidência se espalharam pelo mundo e estrearam no Brasil em 1989, depois do fim do Regime Militar. Ao longo das últimas décadas, diversos tipos de estudo foram feitos para tentar compreender o impacto dos debates no processo eleitoral. A politóloga Sandra Avi dos Santos, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), analisou o primeiro debate presidencial de 2022, que ocorreu na Band, no último fim de semana. Para ela, Lula e Bolsonaro inverteram papéis no evento.
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Lula X Bolsonaro, no último debate (28 de agosto) da Band, inverteram os papéis
“Todo participante, não importa a sua posição nas pesquisas de intenção de voto, chega a um debate com dois objetivos. De um lado, promover a sua imagem, contar a sua história, defender algumas bandeiras. Doutro, encaixar bons golpes nos adversários. Mas existe uma diferença significativa entre um político que está no cargo, buscando a reeleição, e aqueles que o desafiam. A estratégia mais adequada ao chamado incumbente é a defesa das suas realizações, do seu legado, do seu grupo político. Para esse candidato, amanhã sempre vai ser melhor do que hoje […]. A estratégia dos desafiantes, como a palavra já sugere, privilegia o ataque, a desqualificação do incumbente e do seu mandato”, afirmou a politóloga Sandra.
Ademais, a história se complica quando há muitos debatedores. Sabe-se que candidatos com pouca expressão, às vezes combinam o jogo e servem como franco-atiradores para outros mais bem posicionados. Ora, o que existe de inédito e muito interessante na eleição atual é que temos dois candidatos com currículo presidencial.
“Perceba, meu nobre leitor do Portal Política, enquanto Bolsonaro foi ao ataque, como desafiante; Lula exaltou os seus feitos e agiu como o incumbente, ou seja, como se estivesse no poder.” Harry, professor e jornalista.
Do Portal Política