O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que deve chegar ao Brasil na próxima semana. Bolsonaro disse que comprou passagem para voltar ao Brasil dia 30 de março.
Jair Bolsonaro embarcou para a Flórida em 30 de dezembro do ano passado, dois dias antes do fim do seu mandato. Doravante, o seu objetivo, segundo ele mesmo, é voltar à atividade normal e, para tanto, postou um vídeo nas suas redes sociais afirmando que pretende retomar o trabalho no PL. O ex-chefe do Executivo, ao partir dois dias antes de encerrar o mandato, quebrou a tradição democrática de passar a faixa ao sucessor. Ele também disse que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, não vai se candidatar a cargos no Executivo.
A intenção da legenda é passar a imagem de que, mesmo após meses no exterior, Bolsonaro ainda mobiliza eleitores para ser o principal nome de oposição ao presidente Lula. A proposta, cujos detalhes ainda precisam ser aprovados por Bolsonaro, é de que ele retorne em um voo de carreira num final de semana, o que facilitaria a recepção de militantes ao redor do aeroporto.
O ex-presidente disse acreditar que pode ficar inelegível. Bolsonaro responde a ao menos 15 ações que podem cassar os seus direitos políticos, como a que investiga a reunião em que ele convocou embaixadores internacionais para falar mentiras sobre a urna eletrônica. O Partido Liberal (PL) já emitiu as passagens com a chegada ao Brasil no dia 30 de março.
UM EQUÍVOCO
Em 7 de março, o senador da República Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, anunciou no Twitter que o pai retornaria ao Brasil em 15 de março, mas a publicação foi apagada e o senador se desculpou com os internautas. “Peço desculpas pela postagem anterior, deve ser uma grande saudade! Na verdade, a data de retorno do nosso líder Jair Bolsonaro no dia 15 de março era provável, mas não confirmada ainda. Assim que houver uma data definitiva ele mesmo divulgará, tá ok”, escreveu.

No evento com empresários brasileiros em Orlando na semana passada, o ex-presidente disse que estava com a viagem de volta ao Brasil marcada para o fim do mês, mas que avaliaria a situação no país antes de tomar uma decisão final. Ora, se o embarque acontecer no dia 29 como está previsto, coincidirá com a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China.
Os dirigentes do PL defendem que a chegada ocorra em São Paulo ou no Rio de Janeiro, onde haveria maior militância bolsonarista. E que a mesma recepção ocorra em Brasília, mas em menor escala. “Pretendo voltar, está pré-marcado agora dia 30 para pousar em Brasília, às 7 da manhã. Está pré-marcado, tá quase certo. Vou voltar à atividade normal, vou trabalhar no Partido Liberal (PL), ajudar o presidente Valdemar, o Braga Neto que está lá, lutar pelo Brasil e fazer política“, disse em entrevista à Record TV. Ele ressaltou o número de parlamentares da legenda eleitos no último pleito para cargos no Congresso Nacional.
O bom filho a casa torna, bem-vindo!
Bolsonaro consegue se comunicar com muita gente. Os seus eleitores, ou melhor, seguidores, na sua grande maioria, são antipetistas, e que se tornaram, por osmose, bolsonaristas. Sem dúvidas, a sua capacidade de liderança é grande, assim como a do seu adversário, Lula; pois mesmo estando na América do Norte, o atual ex-chefe do Executivo tem muita influência para com os seus seguidores.
Hoje, no Brasil, eu diria que a direita e a esquerda falharam, o que temos são Bolsonarismo e Lulismo (grifo meu), e essas novas ideologias da política brasileira vão entrar para a nossa história. Não obstante, uma moeda tem dois lados: se por um lado, a sua volta ao Brasil é aplaudida; noutro, um repúdio total. “Welcome to the jungle”, já cantaram os Guns N’Roses… mas agora, a selva é aqui.
De Brasília, Harrison S. Silva, colunista do Portal Política