Na Câmara Municipal de São Paulo, a Comissão da Mulher, destinada a tratar de questões relacionadas à saúde, promoção social e trabalho, chama a atenção por sua ausência feminina. Dos sete membros que a compõem, nenhum é mulher, revelando uma discrepância significativa em um mês dedicado às celebrações e reflexões sobre o papel e os direitos das mulheres.
A única exceção neste cenário seria Luana Alves (PSOL), representante feminina que, no entanto, recusou o convite para integrar a comissão. Segundo a vereadora, nos anos anteriores, a vaga na comissão era objeto de negociações para garantir a participação de pelo menos uma mulher. Contudo, neste ano, nenhum dos vereadores homens aceitou as negociações propostas.
A oferta apresentada a Luana Alves era temporária, ocupando o lugar de Rodolfo Despachante (Progressistas), mas a vereadora rejeitou a proposta, argumentando que três semanas não seriam suficientes para efetivar mudanças significativas.
Em entrevista a Folha de São Paulo, a vereadora destacou a falta de compromisso e prioridade em relação às lutas e demandas das mulheres, considerando o quadro como um reflexo da pouca participação feminina na casa legislativa e da falta de prioridade do governo.
“É uma vergonha que a comissão que trata das questões de mulher, saúde e assistência social não tenha nenhuma mulher como membro. Eu, que fui parte desta comissão desde o primeiro ano como vereadora, ou seja, há três anos, me surpreendi com a intransigência do governo e dos líderes partidários em não aceitar nenhuma troca para que eu pudesse voltar à comissão”, afirmou a vereadora em entrevista a Folha.
O que diz a Câmara
A assessoria da Câmara Municipal respondeu à reportagem, indicando que cabe a cada partido indicar os membros para as comissões. De acordo com a nota, o PSOL, por questões de proporcionalidade partidária, não possui vaga na Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher. A ausência de mulheres na comissão é atribuída diretamente às decisões de indicação partidária.
Em um total de 55 parlamentares, apenas 12 são mulheres na Câmara de São Paulo. A vereadora Luana Alves continua tentando negociar um espaço na comissão, enquanto o debate sobre a representatividade e a inclusão das mulheres nas instâncias de poder gan
ha destaque no cenário político local.
A coordenadora da Diversidade da cidade de São Paulo Leonora Áquilla comentou em suas redes sociais sobre a comissão da mulher ter só homens, veja. “Ano que vem a farra vai acabar….mulheres tomarão conta… então, aproveitem o reinado senhores”.

Com informações Folha de São Paulo




