Chinese (Simplified)EnglishPortugueseSpanish

Deputados ouvem representantes de empresas de transporte fluvial

Os parlamentares da Comissão de Estudos do Transporte Fluvial de Passageiros da Assembleia Legislativa do Estado do Pará realizaram, nesta terça-feira (17.01), a última reunião de trabalho com a realização de oitiva com os representantes das empresas de transporte fluvial de passageiros de pequeno, médio e grande porte do Estado. Desde quando foi instalada, em novembro do ano passado, a comissão realizou cinco reuniões. No próximo dia 26, no cronograma de atividades aprovado, está prevista a entrega do relatório final a ser confeccionado pelo deputado Carlos Bordalo, relator eleito.

O presidente da Comissão, deputado Orlando Lobato, instalou a última reunião, realizada na sala VIP da Alepa, que ocorreu de forma presencial e remota na presença ainda do deputado relator, Carlos Bordalo; de Ângela Balieiro, promotora do Ministério Público Estadual; do representante dos usuários, Antônio Neves; e da presidente da Colônia de Pescadores Z-10, Raimunda Oliveira de Icoaraci.

A comissão instalada está investigando o naufrágio marítimo ocorrido em 8 de setembro do ano passado, quando a lancha Dona Lourdes II, que partiu de um porto clandestino em Cachoeira do Arari, parando ilegalmente no Porto do Camará para embarcar e desembarcar cerca de 40 passageiros, e que teria por destino final, a cidade de Belém. No entanto, a embarcação afundou, levando a morte 22 pessoas. O sinistro não foi mais trágico devido a presença de pescadores em pequenos barcos que possibilitaram o resgate de 66 sobreviventes. O naufrágio ocorreu às proximidades da Praia de Cotijuba.

Além de apurar o sinistro, a Comissão está trabalhando na elaboração de uma proposta de Marco Regulatório Legal para o Transportes Hidroviários de passageiros. Para Bordalo, a falta deste marco causa um conjunto de sombreamentos, lacunas e ausências de providencias reais para enfrentar a situação. “É necessário tirar o transporte fluvial da invisibilidade lhe dando maior protagonismo e importância pública. O relator vê também a necessidade de uma maior presença do setor econômico para influenciar na implantação de políticas públicas.

Somente em 2021, os dados da Marinha contabilizaram 88 acidentes, sendo 17 naufrágios; 17 acidentes com pessoas a bordo; 6 encalhes; 3 incêndios; duas embarcações à deriva; 27 abalroamentos (colisão); 13 colisões e outras 13 quedas de pessoas na água.

Dario Pantoja do SINDARPA, Sindicato das Empresas de Navegação do Pará e Amapá foi o primeiro a ser inquirido pelo deputado Bordalo, ele ressaltou no depoimento a importância do transporte fluvial de passageiros na Região Amazônica, que transporta cerca de 10 milhões de passageiros mês, sendo que de 60 a 70% deste percentual concentra-se no Estado do Pará devido a sua grande malha hidroviária. Ele utilizou dados de um levantamento de 2015 da Agencia Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ.

Para Bordalo, o modal hidroviário no Pará é muito importante possuindo cerca de 115 dos 144 municípios com acesso fluvial, e em muitas regiões sendo o meio mais importante para a ocorrência do desenvolvimento econômico e social destas cidades.

O presidente Pantoja apontou ainda alguns gargalos que precisam ser enfrentados pelo poder público para a melhoria da prestação dos serviços. Entre os gargalos listou o acesso ao Fundo Federal da Marinha Mercante, destinado exclusivamente para as empresas de navegação.

“Precisamos de uma política para permitir que as pequenas empresas, que hoje não têm acesso a este fundo, possam melhorar suas embarcações, estimular aos proprietários migrar dos barcos de madeiras para as de aço, fomentando a indústria naval e com isso obter embarcações mais seguras”, avaliou.

Na questão de portos, indicou a necessidade e instalação de novos e regularização de outros existentes em cidades mais distantes que contam com grandes dificuldades no transporte de passageiros. Discorreu sobre o valor de tarifa que há dez anos não sofre reajuste. Apontou a existência de uma concorrência nas mesmas linhas, jogando para baixo os valores das tarifas em detrimento da qualidade dos serviços prestados e da segurança da navegação. A atuação dos barcos clandestinos e ainda necessidade de uma política de incentivo e isenção fiscal.

O Usuário dos serviços de transportes fluvial, Antônio Neves, entregou aos deputados um documento solicitando a regulamentação de pequenos portos, bem como, regulação/autorização de embarcações para o transporte de passageiros das áreas ribeirinhas de Cachoeira do Arari até o terminal hidroviário de Icoaraci, em duas linhas; a primeira partindo de Santana, depois Gurupá, Caracará, e Tartarugueiro e a segunda linha de Chipaiá, Aranaí, Urubuquara, Anuará, Zé Joaquim, Caracará, Furo Grande da Praia, e Bom Jesus.

Para o Presidente da Comissão, deputado Orlando Lobato, o trabalho realizado pela Comissão visou sempre o aprimoramento do serviço do transporte fluvial de passageiros devido à importância e a significância deste segmento. “É preciso de maior visibilidade para o setor reconheceu o parlamentar, agradecendo ainda a presença da representação do Ministério e da Defensoria Pública do Estado.

Participaram ainda da reunião, Arthur Braga da Arapari Navegação; Eliezer Martins da Cacau e Martins; Jairo Monteiro, gerente de operações da Henvil Transportes; Vanderson Machado Almeida, da Machado Transportes; Marinaldo da AJC Navegação; e Glenda representante da empresa A da Costa Mendes Comercio, falando de São Sebastião do Boa Vista.

Homenagem Póstuma

Antes de iniciar os trabalhos, o deputado Carlos Bordalo fez uma homenagem ao servidor da Alepa, Afonso Galindo, o cineasta, jornalista, produtor cultural com participação importante na elaboração na Lei Newton Mendonça de apoio e fomento ao áudio visual no Pará, faleceu no último dia 11.

 

Autor

Leia Também

Acesso Portal