Os líderes sindicais que acompanharam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua recente viagem à China tiveram seus custos bancados pelo governo brasileiro. Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), afirmou que o Executivo custeou o voo e o Itamaraty organizou os demais custos da viagem.
O objetivo da presença dos sindicalistas na comitiva, segundo Nobre, foi abrir diálogo com empresas chinesas interessadas em atuar no Brasil e fortalecer as relações com representantes de sindicatos chineses. Os líderes sindicais brasileiros buscaram transmitir a mensagem de que as empresas chinesas devem respeitar os sindicatos e a organização sindical no Brasil, promovendo a resolução de conflitos trabalhistas por meio de negociação.

A participação dos sindicalistas na viagem também evidencia a preocupação com a geração de empregos de qualidade no país, diante do crescimento da economia e dos investimentos chineses. É importante que os empregos criados sejam acompanhados de proteção social, principalmente em um contexto global em que o trabalho, especialmente nas plataformas digitais, carece de regulamentação.
Além de Sérgio Nobre, a comitiva de Lula incluiu Miguel Torres, presidente da Força Sindical, Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), e João Pedro Stédile, presidente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Torres destacou que representantes sindicais deverão integrar outras comitivas em viagens internacionais do presidente Lula, ressaltando a importância da participação dos trabalhadores nas decisões políticas e comerciais.
Durante a viagem à China, Lula e os líderes sindicais brasileiros se reuniram com representantes de sindicatos chineses em Pequim. Os sindicalistas brasileiros aproveitaram a ocasião para convidar seus colegas chineses para participar do evento unificado em comemoração ao Dia do Trabalhador, que será realizado em 1º de maio no Anhangabaú, em São Paulo.
A inclusão de líderes sindicais na comitiva do presidente Lula à China demonstra uma política externa engajada com questões trabalhistas e comerciais, buscando equilibrar os interesses do Brasil e promover o diálogo entre os diversos atores envolvidos no processo de globalização e investimento estrangeiro.