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Governo Brasileiro faz cortes de publicidade no X

Foto: Reprodução

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gastou R$ 5,4 milhões em publicidade no X (anteriormente Twitter) em 2023, mas recentes declarações polêmicas de Elon Musk, proprietário da plataforma, contra o STF e o ministro Alexandre de Moraes, levaram a uma decisão drástica de suspender futuras propagandas federais na rede social. Este movimento é parte de uma estratégia mais ampla para mitigar riscos à imagem das instituições do Poder Executivo Federal decorrentes da publicidade na internet.

Distribuição do orçamento de publicidade

Em 2023, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) foi responsável pela maior parte do gasto no X, totalizando R$ 3,35 milhões. Os ministérios da Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e Infraero também contribuíram para a publicidade na plataforma. Este valor representou apenas 1,2% do total investido em publicidade pelo governo federal no mesmo ano.

Impacto das ações de Musk

A controvérsia ganhou força após Musk questionar publicamente as ações de censura impostas por Alexandre de Moraes e ameaçar fechar o X no Brasil. Estas ações incluíram o empresário no inquérito das milícias digitais que investiga ameaças contra a democracia no Brasil. Em resposta, Musk criticou a indicação de Cristiano Zanin ao STF, sugerindo influência política indevida.

Reação do Governo e Mudanças na Estratégia de Publicidade

O governo Lula, respondendo às críticas e à postura de Musk, adotou uma norma em fevereiro de 2024 que proíbe a monetização de publicidade em plataformas que possam danificar a imagem das instituições federais. A decisão de cortar a publicidade no X reflete uma postura cautelosa em relação aos riscos associados com a permanência na plataforma sob a gestão de Musk.

Preferências nos Meios de Comunicação

Em 2023, o governo federal reduziu significativamente o orçamento total de publicidade de R$ 633 milhões em 2022 para R$ 451 milhões. Deste total, uma grande parte foi destinada à TV, que recebeu 56% dos fundos, indicando uma preferência clara em comparação com a internet, que recebeu apenas 14,2% do total. Esta mudança destaca uma estratégia de realocar recursos para meios tradicionais em detrimento das plataformas digitais.

A disputa entre o governo brasileiro e Elon Musk sobre a liberdade de expressão e a censura no X revela desafios complexos na interseção de política, mídia e tecnologia. Com o governo reavaliando suas estratégias de comunicação digital em resposta a conflitos com proprietários de plataformas, a paisagem de publicidade e informação no Brasil continua a evoluir em um ambiente politicamente e socialmente carregado.

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Acesso Portal