Deputados federais e senadores foram às urnas neste sábado, dia 1°, para eleger os novos presidentes e os demais integrantes das Mesas Diretoras. Na Câmara, como esperado, a vitória foi do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que sucederá Arthur Lira (PP-AL) no comando da presidência da Casa. Com 17 partidos fechados com a candidatura de Motta, ele obteve 444 votos.
Dos partidos da Casa, apenas Avante, PSol e Novo não declararam apoio ao candidato do Republicanos. Já no Senado, a eleição para a presidência iniciou pela manhã e foi finalizada no início da tarde. Favorito para presidir a Casa, Davi Alcolumbre (União-AP) foi eleito com 73 votos.
Também registraram candidatura para concorrer ao cargo os senadores Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE), ambos tiveram 4 votos. O Psol e o Novo lançaram candidato próprio para marcar posição. Disputam ao cargo o deputado Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) e o deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS). O candidato do Psol teve 22 votos e o do Novo, 31.
Após reunião de líderes, os partidos fizeram os últimos acertos para a definição dos cargos na Mesa Diretora. O líder do PL, Altineu Côrtes (PL-RJ), deve ocupar a 1ª vice-presidência. O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (União-BA), ficará com a 2ª vice-presidência.
A primeira-secretaria ficará a cargo do PT, que indicou o nome de Carlos Veras (PT-PE). A 2ª secretaria deverá ser ocupada por Lula da Fonte (PP-PE). Foram indicados às 3ª e 4ª secretarias, respectivamente, a deputada Delegada Katarina (PSD-SE) e Sergio Souza (MDB-PR).
Tanto na Câmara quanto no Senado a definição das comissões temáticas deve ocorrer nas próximas semanas. E a prioridade inicial da nova cúpula das duas Casas será buscar a construção de um consenso mais amplo sobre as emendas parlamentares com o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na Câmara, Hugo Motta
O deputado Hugo Motta fez um discurso com recados direcionados aos demais Poderes, à extrema-direita e com forte tom de defesa da democracia. Ele disse que será “um guardião da independência e uma sentinela permanente pela harmonia”. O político foi enfático na defesa do protagonismo do Congresso Nacional. Ele também mandou recados ao STF, fez um apelo por responsabilidade fiscal e se posicionou contra a ditadura. Na primeira fala como presidente, o paraibano destacou a separação entre os Poderes.
“A praça, sempre lembremos, é dos três e não de um nem de dois Poderes. E quando não é dos três não é a praça da democracia. Todos defendemos a democracia porque sem democracia este livro [segura a Constituição] não é a Constituição, não é a civilização. É um pedaço de papel, é letra-morta. E vamos lutar pela Constituição!” Declarou o parlamentar.
O parlamentar foi eleito presidente da Câmara dos Deputados com endosso de 444 deputados. O resultado é a confirmação dum acordo construído ainda no ano passado depois duma série de negociações com os partidos políticos que concordaram com o nome do paraibano como uma candidatura de consenso.
Candidato à presidência da Câmara, Hugo é conhecido pelo ótimo trânsito na Casa, nos mais diversos espectros e pelo bom relacionamento com o setor privado. O seu nome já era ventilado como um possível aglutinador de forças desde muito antes de o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), abrir mão da candidatura em prol do paraibano no início do ano passado
No Senado, Davi Alcolumbre
Davi Alcolumbre foi eleito presidente do Senado eleito com um dos maiores totais de votos desde a redemocratização. Ele foi escolhido por 73 senadores. Os senadores eleitos presidentes com maior número de votos, 76, foram José Sarney, em 2003, e Mauro Benevides, 1991. Esta é a segunda vez em que Alcolumbre é eleito presidente da Casa. Após eleito, Alcolumbre afirmou que não está em busca de protagonismo.
“Não é isso que me move a estar aqui. Eu quero ser um catalisador do desejo deste Plenário e ajudar a construir os consensos que forem necessários para melhorar a vida da população brasileira.” Disse ele.
Em 2019, poucos imaginavam que Davi desbancaria o veterano Renan Calheiros (MDB-AL) para a presidência do Senado Federal. Isso porque, com o seu perfil “dos bastidores”, garantiu acordos amplos – conta com apoio de 10 partidos, que juntos somam 76 parlamentares.
Ilação
O novo comando do Congresso Nacional deve representar um continuísmo sem continuidade no próximo biênio. Isto é, vai seguir avançando no protagonismo da agenda do país, privilegiando a pauta econômica e avesso a temas ideológicos no plenário. O Planalto aposta numa melhora na governabilidade com Motta à frente da Câmara.
Fonte: Jota, com informações da Agência Câmara e Agência Senado (adaptado)
