Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno da eleição presidencial. O petista teve 48,1% dos votos válidos, contra 43,4% de Bolsonaro.
A campanha eleitoral será reordenada e, provavelmente, a agressividade vista no debate presidencial da TV Globo na última quinta, dia 29, poderá ganhar novos patamares. A realização do segundo turno mostra que ambos os times rivais esgotaram o arsenal utilizado até aqui. A arma utilizada pelo petista foi o discurso de que mais um mês de campanha poderia trazer riscos de violência eleitoral, quando não institucionais, exacerbados. De mais a mais, a fortaleza do ex-presidente é um voto que se mostrou impermeável a sangrias até aqui, entre os mais pobres e entre moradores do Nordeste, para ficar em grandes grupos. Dessarte, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputarão a preferência do eleitorado brasileiro no dia 30 de outubro. Ora, a população precisará voltar às urnas para definir quem será o presidente do Brasil pelos próximos quatro anos.
- O segundo turno será no próximo dia 30
Graziella Testa, doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), acredita num segundo turno sem confrontos detalhados sobre propostas de governo. “Um segundo turno tão polarizado desse jeito dificilmente terá discussão em torno de políticas públicas. A tendência é de que seja uma campanha sobretudo de acusações para tentar atrair o voto estratégico do eleitor que rejeita um outro candidato”, disse a politóloga.

- As estratégias para a reta final
Dada a animosidade entre Ciro e Lula, é provável que o pedetista repita 2018, quando outra vez caiu no primeiro turno, e não apoie ninguém. A isonomia também é esperada de Tebet, mas nada disso é central para a definição dos eleitores. Ora, 1 em cada 5 apoiadores dos dois diziam que poderiam aderir ao voto útil. Para Bolsonaro, a situação é bem mais complexa, dada a rejeição do ex-presidente nas pesquisas. A sua principal e mais óbvia investida foi sobre o eleitorado de menor renda e da chamada classe média baixa. Reinventou o Bolsa Família lulista como Auxílio Brasil e o reajustou para R$ 600,00 além de promover uma série de benesses pontuais a categorias aliadas, como os caminhoneiros. Mais importante, interveio na política de preços da Petrobras para conseguir sucessivas reduções no valor dos combustíveis. Para Lula, o raciocínio é semelhante: manter a distância já lhe bastará, uma vez que também lida com uma rejeição volumosa, na casa dos 40%. Contudo, o seu desafio será responder com mais objetividade ao que tem fugido durante toda a campanha: o que de fato irá fazer em termos econômicos e na relação com o Judiciário.
Do Portal Política