Ontem, Lula e Lira jantaram após um alerta do presidente da Câmara Federal acerca das suas declarações de que o governo não tem votos para aprovar nada.
Os presidentes, do Brasil e da Câmara, tiveram ontem um jantar e discutiram a governabilidade de Lula. Arthur Lira (PP-AL) afirmou que ele e o presidente alinharam um encontro e, consoante fontes do Planalto, a reunião foi agendada com um jantar. Tal ocorreu depois das declarações do presidente da Casa sobre a falta de capacidade do governo em aprovar matérias no Congresso Nacional.
“O governo hoje não tem votos ‘pra’ aprovar nada”, disse Arthur Lira. O recado foi recebido pelo Planalto, que agora busca estratégias para ampliar a sua base no Congresso. Para isso, a conversa entre o presidente e o deputado pode ter sido decisiva.
Nesse sentido, o governo também precisou fazer concessões na formação das comissões permanentes da Câmara e do Senado, abrindo espaços para partidos que formavam a base do ex-presidente Jair Bolsonaro. O impasse entre os partidos, porém, tem impedido a instalação de oito das 30 comissões permanentes da Câmara.
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“Hoje, o governo ainda não tem uma base consistente na Câmara nem no Senado para enfrentar matérias de maioria simples. Quanto mais matéria de quórum constitucional… isso precisa ser negociado com bom-senso, muita conversa, clareza, mas com rumo e o rumo precisamos defini-lo agora em março. Nós não temos um rumo definido, um encaminhamento feito”, avaliou o deputado.
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou ontem, dia 9, que Lira está certo de que o presidente Lula ainda não tem base suficiente para aprovar Propostas de Emenda à Constituição (PECs). Na última segunda, o deputado alagoano disse que o governo ainda não tem base, mas para Randolfe, o petista já tem apoio suficiente de senadores. O senador ainda criou uma “régua” que será possível medir a base de Lula na Câmara somente quando tiver o primeiro painel, isto é, quando alguma proposta for colocada em votação e for possível contabilizar os dados pró-governo.
São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário
O artigo 2° da nossa Lei Maior, a Constituição Federal de 1988, “caputa” em rol taxativo sobre o concerto dos três poderes. Estamos começando mais uma legislatura e coser as relações, uma costura, é necessariíssimo para manter uma boa relação na política brasileira.

Bom, o nosso Legislativo federal é bicameral (Câmara + Senado) e a base no Senado já começou lá nas eleições da Presidência da Casa. Na Câmara ainda está quase lá, talvez o senador Randolfe tenha razão, devemos esperar os resultados, a tal “régua”. E o STF, o “terceiro” poder? Precisamos esperar se o advogado de Lula, Cristiano Zanin, vai ser o próximo capa-preta da Corte. Aí sim, consolidar-se-á o artigo 2° da Carta, tudo harmônico entre si, como é na Arquitetura de Brasília.
Por Harrison S. Silva, colunista do Portal Política