No debate entre presidenciáveis organizado pelo SBT e um pool de imprensa, os candidatos usaram o tempo para criticar a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ciro, Bolsonaro e outros quatro candidatos à Presidência da República participaram ontem de um debate promovido SBT, CNN Brasil, Veja, O Estado de S. Paulo, Nova Brasil FM e Terra. Sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro foi o principal alvo. Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) foram as mais incisivas nas críticas contra o presidente. Por outro lado, os candidatos de Kelmon Souza (PTB), o Padre Kelmon, e Felipe D’Avila (Novo) serviram de apoio a Bolsonaro.
Felipe D’Avila (Novo)
Com a ausência de Lula no debate, as candidatas mulheres se uniram para atacarem o Bolsonaro. D’Avila e Padre Kelmon prestaram solidariedade ao presidente.
Kelmon Souza (PTB)
Ciro Gomes
Após o programa, na saída, Ciro afirmou ao jornal o Estado de S.Paulo que falou sobre uma das intervenções do presidente quando tapou a boca com as mãos: “Eu dizia a ele que Soraya não havia citado o nome dele em seu pedido de resposta“. Na mesma ocasião, Ciro negou docilidade com Bolsonaro, aproveitou para atacar Lula. “Isso é canalhice do Lula e do PT, que tinha a oportunidade de enfrentar o fascismo. O fascista veio aqui e o falso democrata se ausenta. Como se enfrenta o fascismo? Na cabeça das pessoas. E porque ele não veio aqui, são iguaizinhos.”
No Twitter, após a publicação desta reportagem, neste domingo, a equipe do pedetista alegou que “os canalhas da mentira e da manipulação usaram essa imagem [em que ele esconde a boca] para difamar Ciro” e que, na verdade, ele estava reprimindo Bolsonaro.
Bolsonaro
“O povo lamenta a ausência do fujão de não comparecer e se defender de acusações, que são gravíssimas“, afirmou Bolsonaro, que também chamou Lula de “presidiário”. Ao longo de todo o debate, Padre Kelmon bateu bola com Bolsonaro e, em dado momento, chegou até a defendê-lo contra os ataques dos adversários. Numa das tabelinhas, Bolsonaro e Kelmon tentaram relacionar os casos de perseguição religiosa na Nicarágua com Lula, dizendo que o petista é amigo íntimo do presidente daquele país, Daniel Ortega.
No final do segundo bloco, quando Bolsonaro estava sob ataque dos outros candidatos, Kelmon interveio. “Todos os candidatos estão atacando um só: o presidente da República. Cinco contra um. Mas agora são cinco contra dois, porque somos da direita, o PTB é o único partido cristão e conservador do País”, disse o candidato do PTB.
Veja as pérolas do debate
- “Um debate é como uma entrevista de emprego. Você aí na sua casa contrataria um candidato que faltou à entrevista de emprego?” Soraya, em crítica à ausência de Lula no debate.
- “Candidato, você já brincou de ‘o que é, o que é?’ Eu vou te perguntar. O que é, o que é: não reajusta a merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado? Tira remédio da farmácia popular, mas mantém a compra de Viagra? Não compra vacina para covid, mas distribui prótese peniana para seus amigos. O que é, o que é?” Soraya, em pergunta a D’Ávila no 1º bloco.
- “No tocante a Viagra e Cialis, é um medicamento cujo efeito colateral é combater a disfunção erétil. Isso é usado por todos os médicos do Brasil, até a senhora governadora do Rio Grande do Norte comprou.” Bolsonaro em direito de resposta a Soraya para justificar compra de estimulante sexual por Forças Armadas.
- “O candidato Lula, que não veio por caô, por estar com salto alto, acha que já ganhou, e, portanto, desrespeita todos nós, seus oponentes, e desrespeita especialmente a você.” Ciro, ao criticar a ausência de Lula no debate.
- “Como presidente, [você] apoiará o assassinato de bebês indefesos no ventre de suas mães?” Padre Kelmon em pergunta a Tebet sobre posicionamento ante aborto.
- “O feminismo no Brasil precisa ser entendido não como uma pauta de esquerda, mas como uma pauta cristã.” Simone em resposta a Padre Kelmon.
- “Está na hora de enquadrar o Supremo Tribunal Federal“, disse o candidato do Novo, Felipe D’Avila, ao criticar decisão da Corte que reconheceu parcialidade do então juiz federal Sergio Moro e livrou Lula dos processos da Lava-Jato.
- “As duas senadoras votaram para derrubar o veto do dito orçamento secreto“, afirmou o presidente, dirigindo-se a Simone Tebet e Soraya Thronicke, para rebater as críticas sobre os recursos repassados a parlamentares por meio das emendas do relator.
- “Primeiro que quero dizer ao candidato Jair Bolsonaro, não cutuca onça com a sua vara curta, respeito“, afirmou a candidata Soraya, ao rebater mais uma vez afirmação de Bolsonaro de que ela e Simone votaram contra ao veto ao orçamento secreto.
Do Portal Política
