Organizações feministas realizaram neste domingo, dia 23, em Belo Horizonte, capital mineira, a segunda manifestação contra o Projeto de Lei 1904/24 que criminaliza às mulheres ao equiparar o aborto legal ao crime de homicídio, impondo às vítimas uma pena duas vezes maior do que a prevista para os estupradores. Durante o ato, um boneco do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi queimado em frente ao pirulito da Praça Sete, e um grupo de bolsonaristas portando cartazes a favor do aborto e pela castração dos estupradores foi expulso pelos manifestantes.
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A concentração começou por volta das 9h na Praça Raul Soares e de lá saiu em manifestação pela avenida Amazonas até a Praça Sete. Durante o ato, as mulheres pediram o arquivamento definitivo do PL 1904/24 e a legalização do aborto no Brasil como já ocorre noutros países. Levantamento da ONG Global Centro para os Direitos Reprodutivos aponta que em 77 nações o aborto é permitido desde que haja desejo da mulher.
Noutros 12 países ele é permitido por razões socioeconômicas como idade, status econômico e estado civil da gestante e também em casos de estupro e doenças dos fetos. Após uma intensa mobilização nas ruas e nas redes liderada por mulheres em diversas cidades do país, o presidente da Casa do Povo anunciou o adiamento da votação do projeto para o próximo semestre e defendeu a criação duma comissão para debater o tema antes de ele começar a tramitar.
Fonte: Correio Braziliense (com adaptações)
