A ministra do Planejamento, Simone Tebet, refutou as afirmações de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) influenciou na decisão de conceder um empréstimo da Corporação Andina de Fomento (CAF) à Argentina.
Declarações da Ministra
Em entrevista à CNN, Tebet declarou: “Lula não me ligou”. Ela prosseguiu, afirmando que sua secretária de assuntos internacionais garantiu que outros países votariam a favor do empréstimo. Tebet também negou ter discutido o assunto com Fernando Haddad, titular da Fazenda.
Posicionamento da Secretária de Assuntos Internacionais
A secretária Renata Amaral, responsável por Assuntos Internacionais e Desenvolvimento no ministério, determinou a posição do Brasil. Sua decisão se baseou em consultas com especialistas do Itamaraty e da Presidência.
Alegações de Interferência
O jornal “O Estado de S. Paulo” informou sobre uma possível interferência de Lula na liberação do empréstimo, que auxiliou a Argentina na renegociação de dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Detalhes do Empréstimo
De acordo com a CNN, a Argentina solicitou um empréstimo de US$ 1 bilhão à CAF em 28 de julho, comprometendo-se a devolver o valor em um mês. A quantia foi liquidada em 25 de agosto, sendo usada para acertar uma dívida pendente com o FMI.
Risco da Operação
A operação teve a garantia do FMI e do Banco Central argentino. Foi uma ação triangulada, em que a Argentina usaria o dinheiro para quitar débitos com o FMI, que, por sua vez, liberaria mais recursos. O risco da operação foi considerado mínimo por técnicos brasileiros.
Relação com a Argentina
Fontes do Itamaraty indicam que o Brasil tem buscado maneiras de apoiar a Argentina em diversas instâncias multilaterais, dada a sua importância como parceiro comercial.
Votação na CAF
O pedido de empréstimo foi aprovado com 19 votos a favor e 2 contra na CAF. Os votos contrários vieram do Peru, um membro fundador com direito a dois votos. Embora o Brasil detenha 8,8% do capital do banco, ele tem apenas um voto na organização.