O comandante do Exército, general Tomás Paiva, com anuência do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, decidiu não emitir a ordem do dia para comemoração do golpe de 1964. A decisão significa uma mudança significativa em relação aos últimos quatro anos, durante a gestão de Jair Bolsonaro, em que a ordem do dia era emitida com elogios à ruptura democrática no país.
A celebração do golpe militar de 1964 sempre dividiu opiniões nas Forças Armadas, sendo lembrada por alguns comandantes de unidades do interior do país. No entanto, nos últimos anos, a emissão da ordem do dia com elogios ao golpe foi um fato inédito desde a criação do Ministério da Defesa, em 1999.
A decisão de não emitir a ordem do dia para a comemoração do golpe de 1964 já era discutida desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas foi reforçada após os episódios criminosos ocorridos no dia 8 de janeiro.
A medida adotada pelo comandante do Exército representa uma mudança de postura em relação ao período anterior, e evidencia que o governo atual está mais alinhado com a democracia e o Estado de Direito. No entanto, a celebração do golpe de 1964 ainda é um assunto controverso no país, sendo necessário um diálogo amplo e democrático sobre o tema.