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O combustível de hidrogênio não deve ficar restrito apenas ao “verde”; confira

Foto: Reprodução

Comissão especial da Câmara, que trata da transição energética, realizou a segunda reunião ontem, dia 11 de julho, sobre tal.

A produção de hidrogênio combustível no Brasil deve ter como meta a baixa emissão de gases do efeito estufa, independentemente do tipo de matéria-prima e da tecnologia utilizada. Essa é uma das principais conclusões da segunda audiência pública da comissão especial da Câmara dos Deputados encarregada de propor um marco regulatório para a produção de hidrogênio no Brasil.

O modelo econômico baseado na redução de emissões, também chamado de economia de baixo carbono, visa o menor impacto no meio ambiente, estimulando o uso racional de recursos naturais e a ampliação do uso de energias renováveis, tendo como pilares a transição energética, a conservação florestal, o mercado de carbono e a economia circular (reúso e reciclagem).

Os parlamentares da Câmara

Presidente do colegiado, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) também defendeu a ideia dum cardápio de opções. Ele lembrou que os parlamentares já pediram à Mesa Diretora da Câmara para alterar o nome da própria comissão, inicialmente pensada como “Comissão Especial da Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde”.

 Deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) | Foto: Reprodução
Deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) | Foto: Reprodução

Vamos ter que ter um cardápio, ninguém vai poder segregar procedimentos. Estamos querendo que a nova denominação tenha essa abrangência, com foco em hidrogênio de baixa intensidade de carbono”, disse Jardim. O chamado hidrogênio verde é o gás combustível produzido a partir de fontes de energia limpas e renováveis, como a eólica e a solar.

Relator da comissão, o deputado Bacelar (PV-BA) questionou os participantes sobre quais rotas de produção de hidrogênio estão maduras no País. O gerente de negócios do Campus Integrado de Manufatura de Tecnologia do Senai da Bahia, Miguel Andrade, destacou o potencial de produção de energia eólica e solar no estado e comentou o que se deve esperar da transição para a economia de baixo carbono.

Deputado federal Bacelar (PV-SP) | Foto: Reprodução
Deputado federal Bacelar (PV-SP) | Foto: Reprodução

Nós vamos ter uma matriz energética ampla, complexa, com hidrogênio, solar, eólica, hidro, nuclear, biomassa. O caminho vai nesta direção: entra o hidrogênio e o petróleo perde hegemonia, mas continua presente durante um longo tempo”, disse.

Os especialistas

Gonçalo Pereira, professor e coordenador do laboratório de genômica e bioenergia da Unicamp, destacou o potencial do sertão brasileiro para produzir cana-de-açúcar de alto rendimento e também agave, planta utilizada na fabricação da tequila e com potencial bioenergético. “Cada vez que a gente queima um litro de etanol, na realidade, a gente está removendo da atmosfera o que foi emitido por 0,7 litros de gasolina, ou seja, se a gente der um uso a esse CO2 concentrado todo, a gente descarboniza o planeta”, disse.

Na variação verde, tanto a sua produção quanto seu uso como combustível geram menos gases poluentes, o que o torna desejado em termos de desenvolvimento sustentável. Contudo, para o professor Luiz Augusto Nogueira, da Universidade Federal de Itajubá (MG), o ponto de partida para o Brasil é questionar para que, para quem e como produzir hidrogênio combustível a partir da realidade local.

Possíveis rotas

Giovani Machado, diretor de estudos econômico-energéticos e ambientais da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, disse que ter como foco apenas o chamado hidrogênio verde, produzido a partir de fontes de energia limpas e renováveis, pode ser um limitador. Ele também considera impreciso associar a rota tecnológica usada na produção de hidrogênio a cores: cinza (combustíveis fósseis) e azul (gás natural).

É pensar na questão do baixo carbono com as diferentes rotas possíveis, certificando tudo e tendo a possibilidade de jogar com a composição. Às vezes, você tem um potencial menor para uma determinada rota numa área, mas, ao lado, tem um vizinho com outra rota. Isso aumenta o volume, a competitividade e reduz a complexidade”, defendeu Machado.

 

 

 

Texto: Harrison S. Silva

Fonte: Agência Câmara Notícias

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