“Nossa democracia é frágil e nossa República pouco republicana. Com a História na mão, lembrarei nessa última sessão da Comissão que o golpismo se sucede entre nós há mais de um século!” Chico Alencar, deputado federal pelo Rio de Janeiro.
Introdução
No capítulo das tentativas sem êxito estão o episódio das Cartas Falsas, em 1921, na República Velha, para incriminar Artur Bernardes; o “Plano Cohen”, de 1937, na era Vargas, inventado a partir do levante de alguns quartéis em 1935; a República do Galeão e o Manifesto dos Generais, em 1954, contra Vargas; as sublevações de Jacareacanga (Pará), em 1956, e de Aragarças em 1959, contra JK; as articulações do general Silvio Frota (com seu ajudante de ordens, capitão Augusto Heleno) e da linha dura militar contra a abertura lenta, gradual e segura dos também generais Geisel e Golbery, em 1977; as tratativas para a derrota, por apenas 10 votos, da Emenda Dante de Oliveira, das Diretas Já, em 1984; as ameaças à posse de Sarney, em 1985; as pressões da cúpula militar sobre a Constituinte, em 1987 e 1988, para manter o seu poder interventor.
Ilação
Como se vê, um fantasma ronda nosso débil Estado Democrático de Direito: o fantasma do autoritarismo. A aprovação do relatório da CPMI espantará a sua aparição mais recente, que culminou na intentona de 8 de janeiro. Mas ainda faltará muita consciência, organização e participação populares, informação democrática e cidadania horizontal para nos livrarmos de vez desse mal. Amém!
Artigo escrito pelo deputado federal Chico Alencar com edição do jornalista Harrison S. Silva