Aqueles que abraçam esse modelo político, defendem que a direita e a esquerda apenas catalisam a política bipolarizada.
Assim como a direita e a esquerda, a terceira via também é um viés político que se tornou partidário. Nos anos 1970, o mundo estava polarizado entre países alinhados ao capitalismo estadunidense e países alinhados ao socialismo soviético. Este embate ocorreu principalmente no campo ideológico e, portanto, a terceira via tem a sua origem no governo trabalhista que emergiu na Austrália no final da década de 1980.
A terceira via é uma corrente que surge no distributismo e mais tarde na ideologia social-democrata, porém, é também promovida por alguns partidários do liberalismo social.
Tenta reconciliar os posicionamentos econômicos tradicionalmente associados à direita e à esquerda, adotando uma política econômica ortodoxa e políticas sociais progressistas. Normalmente é encarada como uma corrente que apresenta uma conciliação entre capitalismo de livre mercado e socialismo democrático; no entanto, alguns dos seus proponentes a enxergam como uma vertente modernizadora da social-democracia, classificando-a como uma nova centro-esquerda. Ademais, popularizou-se durante o Governo de Bill Clinton nos Estados Unidos, sendo também defendido pela sua esposa, senadora e, posteriormente, secretária de estado, Hillary, durante a campanha presidencial de 2008.
Esta corrente de pensamento defende um Estado necessário, em que a sua interferência não seja nem máxima, como no socialismo soviético, nem mínima, como no neoliberalismo. Poderia ser vista como um ponto de intersecção da direita com a esquerda. Em linhas gerais, seria uma ideologia de esquerda que defenderia a transição para o socialismo sem a necessidade de uma revolução. No entanto, com o passar dos anos, essa vertente ideológica apresentou condutas que a aproximou muito mais das ideias de direita do das ideias de esquerda. Terceira Via é o nome que se dá para uma corrente ideológica da social-democracia.
A terceira via no Brasil
As pesquisas mais recentes de intenção de voto nas eleições de 2022 indicam que é muito difícil para uma candidatura da chamada terceira via, alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT), encontrar um espaço efetivo, avalia Renato Meirelles, cientista político e diretor do Instituto Locomotiva.
A diferença para a eleição de 2018, segundo ele [Meirelles], é que agora os eleitores não buscam mais candidatos antissistema, mas sim profissionais. Ora, ao procurar profissionais, tendo um presidente concorrendo com um ex-presidente, passa a ocorrer uma disputa muito mais de legado.
Especialista explica o que é a terceira via
Não obstante, a expressão terceira via é inadequada para descrever candidaturas que não sejam nem Lula nem Bolsonaro, defende alguns politólogos, uma vez que o espectro político-partidário brasileiro já comporta outras opções além dessas duas.
Fracasso do grupo indica que as suas candidaturas estão mais ligadas a personalismos e ressentimentos que a reais demandas do país. A reunião dessas lideranças mundiais tem como proposta a adequação da social-democracia às novas ideias políticas, que, a princípio, a social-democracia é fruto de uma ruptura dentro do socialismo ocorrida no início do século XX.
Texto: Harry
