Chinese (Simplified)EnglishPortugueseSpanish

Plenário aprova relatório final da Comissão Especial para Adesão do RS ao RRF

Por 33 votos a 14, a Assembleia Legislativa aprovou, na tarde desta terça-feira (21), em Sessão Extraordinária Híbrida, o relatório final da Comissão Especial para adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal. O documento, elaborado pelo deputado Carlos Búrigo (MDB), relator do colegiado, apresenta um diagnóstico da situação fiscal do Rio Grande do Sul e aponta para a necessidade de assinar um novo acordo para o pagamento da dívida com a União. Antes os deputados já haviam apreciado duas matérias: o PL 257/2021, que altera o Plano Plurianual 2020-2023. E o veto parcial do governador ao PLC 163/2021. 

Frederico Antunes (PP), que presidiu a comissão especial, lembrou que o debate e as tratativas para a adesão ao RRF iniciaram no governo passado, mas só foram concluídas agora. Segundo ele, a adesão significa “livrar o RS da espada que paira sobre o estado e que é sustentada por uma liminar no Supremo Tribunal Federal”.  O líder do governo lembrou ainda que, caso a liminar caia, o estado terá que desembolsar R$ 15 bilhões em um ano, além dos valores relativos à correção da dívida.
Sofia Cavedon (PT), também integrante do colegiado, reconheceu a consistência do debate travado, inclusive, garantindo o contraponto à necessidade de adesão ao RRF, mas anunciou voto contrário à matéria. “Acreditamos que a dívida já foi paga e que devemos continuar pleiteando para que isso seja reconhecido na justiça e no debate político”, defendeu.
Tiago Simon (MDB) justificou o voto contra o relatório, alegando não concordar com a renúncia ao direito de judicialização da dívida, condição para o estado aderir ao Regime de Recuperação Fiscal. “Não considero correto renunciar ao direito de questionar uma dívida abusiva e por isso votarei contra”, anunciou.
A deputada Luciana Genro (PSOL) e os deputados Luiz Fernando Mainardi (PT) e Fernando Marroni (PT) também manifestaram posição contra a adesão do estado ao RRF e anunciaram voto contrário ao relatório final da comissão.
 
Proposições parlamentares 
O plenário aprovou três dos oito projetos de origem parlamentar que constavam na Ordem do Dia. As propostas que não foram apreciadas na sessão de hoje deverão voltar à pauta de votações da próxima terça-feira (28).
Por 40 votos a 2, os deputados aprovaram o PL 92 2019, da deputada Kelly Moraes (PTB), que dispõe sobre destinação de vagas de emprego para mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. A proposta prevê reserva de 5% das vagas de empresas prestadoras de serviços para o Estado para mulheres vítimas de violência. Emenda do líder do governo, também aprovada pelo plenário, determina que a regulamentação da matéria deve observar os princípios da publicidade, imparcialidade e economicidade, além de levar em conta as normas do processo licitatório.
A bancada do NOVO votou contra o projeto e apresentou declaração de voto para justificar a posição. Segundo o deputado Fábio Ostermann, não há divergência com os objetivos da proposta, mas em relação ao método usado para combater a violência contra a mulher. Ele considera que o projeto pode levar à intromissão em empresas privadas e que a onda de violência de gênero deve ser enfrentada por políticas públicas que promovam a autonomia das mulheres.
 A procuradora da Mulher da Assembleia Legislativa, deputada Franciane Bayer (PSB), e o deputado Airton Lima (PL) defenderam a aprovação da matéria.
Os outros projetos aprovados na tarde de hoje foram o PL 156 2018, do deputado Zé Nunes (PT), que reconhece como de relevante interesse cultural do RS “o Ensaio de Pagamento de Promessas”, ato da cultura afro, originário do século XVIII; e o PL 39 2016, do deputado Valdeci Oliveira (PT), que declara o Hino da Legalidade a música Símbolo da Resistência Democrática do RS. A deputada Juliana Brizola subscreve o projeto.
 
Rodovias
Os deputados aprovaram ainda dois projetos de lei, do Poder Executivo, que autorizam o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) a transferir ao município de Eugênio de Castro a titularidade de segmento da rodovia ERS-551 e ao município de São João do Polêsine a titularidade de segmento da rodovia ERS-149.
CCJ aprova relatório de projeto sobre áreas indígenas
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou, nesta terça-feira (21), o relatório do projeto de lei que garante propriedade de terras aos pequenos produtores rurais gaúchos. Com parecer favorável do deputado Vilmar Zanchin, o PL 31/2015 determina que propriedades de até 300 hectares não sejam demarcadas como áreas indígenas. A partir de agora, a proposta do deputado Elton Weber tramitará pelas comissões de mérito da Assembleia Legislativa.

Zanchin reforçou que o risco de ocupação de terras produtivas no Rio Grande do Sul é iminente se o Supremo Tribunal Federal (STF) revogar o marco temporal estabelecido pela Constituição de 88. O julgamento do dispositivo, que considera terras indígenas as áreas habitadas pelos índios até aquela data, foi suspenso na semana passada após pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. “Esperamos que o STF garanta o direito à posse aos agricultores e não prejudique quem possui terras adquiridas legalmente”, reforçou o deputado.

O parlamentar também é favorável ao projeto de lei 490, que tramita na Câmara dos Deputados e insere as mesmas condicionantes do marco temporal. Atualmente, são 400 áreas homologadas no Brasil, o equivalente a 106,6 milhões de hectares e onde vivem meio milhão de índios. Enquanto o país possui 13% de terras destinadas aos indígenas, apenas 7,5% do território consiste em áreas produtivas, de onde saem os alimentos para a população.

FONTE: Agência de Notícias ALRS

Autor

Leia Também

Acesso Portal