A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) disse que falsos testemunhos feitos à CPMI do 8 de Janeiro serão punidos com pedidos de prisão. Ela é relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, composta por 16 senadores e 16 deputados, que investiga os atos que resultaram na depredação dos edifícios-sede dos Três Poderes. “Se tiver falso testemunho na CPI, o pedido de prisão será feito. Nós não vamos aceitar avacalhar os trabalhos da comissão. E eu, como relatora, não vou aceitar achar que vem para a comissão tripudiar ou tentar manipular e instrumentalizar o colegiado”, declarou em entrevista ao jornal o Globo.
Eliziane disse ser cedo para falar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será convocado. “O que foi a invasão na sede dos Três Poderes? É uma invasão em Casas que representam a República brasileira. Subentendem que estava em curso claramente um ato golpista caracterizado pelo incentivo e pelo questionamento do processo eleitoral”, falou….
“Vamos apresentar nosso plano de trabalho, se a gente vir que há necessidade de chamarmos o ex-presidente, vamos chamar”, continuou, acrescentando que Bolsonaro “é o maior formador de opinião do país, pela posição estratégica que tem” e que suas posições têm impacto “para o bem e para o mal”.
“Vamos fazer uma relação das falas dele e, ao mesmo tempo, entender melhor como se deu esta conversação dele, o envolvimento dele com pessoas que podem estar diretamente ligadas ou não ao processo do 8 de janeiro. Vamos buscar financiadores.”
Sobre as imagens do ex-comandante do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Marco Gonçalves Dias, a relatora falou que “não é uma boa impressão quando você pega o fato isoladamente”. G. Dias, como é conhecido, deixou o cargo em 19 de abril, depois de ser divulgado vídeo em que ele é visto no Palácio do Planalto durante os atos do 8 de Janeiro. Eliziane afirmou que ele “naturalmente” comparecerá à comissão.
Questionada sobre como evitar “discursos golpistas” na comissão, a senadora respondeu: “O grande ponto fundamental em relação às pessoas da oposição é exatamente a narrativa, não o fato concreto.
É dizer que o próprio governo planejou uma invasão de sua própria sede.” Segundo ela, “a relatoria tem de ter uma visão muito imparcial e concreta” e trabalhar “com dados, elementos, não com memes e lacração”.