O Big Brother Brasil já é uma realidade na sociedade brasileira; portanto, nesse contexto de olhos em todos os lados, fazer algo escondido está fora de cogitação. É a onipresença, e a todo lugar e a todo momento. Desde que as câmeras foram inventadas, lá no século XIX, e, por conseguinte, a indústria cultural, ou seja, a transformação da arte em negócio, a sociedade vem passando por etapas de controle. Conhecer o outro, é também conhecer a si mesmo.
A assinatura particular, o CPF no nosso caso, que indica o indivíduo, isto é, o seu número de matrícula que indica a sua posição numa massa, está cada vez mais útil nas sociedades. Além disso, as massas, por sua vez, tornam-se amostras, dados, mercados, que precisam ser rastreados, cartografados, catalogados e analisados para que padrões de comportamentos repetitivos possam ser percebidos. É a sociedade de controle e, a sua contraposição, a sociedade disciplinar, vem perdendo espaço.
Enquanto os conteúdos apontam para as pessoas e para os sujeitos no sentido singular da informação: sobre uma conversa de tal assunto e padrões de consumo; câmeras captam em tempo real e gravam como nos comportamos, de linguagem corporal, nas determinadas circunstâncias. Vou afinar ainda mais, o Google, por exemplo, é mais que um sítio de busca, é uma inteligência artificial de controle.
Portanto, a chamada sociedade de controle é um passo à frente da sociedade disciplinar. Ela foi sendo expandida para o campo social da produção, um grande negócio. Segundo Foucault (filósofo francês) a disciplina é interiorizada, ou seja, é exercida fundamentalmente por três meios pilares absolutos como o medo, o julgamento e a destruição. Dessarte, é uma causa para uma mera consequência: o respeito, que parece que está se perdendo na sociedade de controle.
Por Harrison S. Silva